terça-feira, 20 de março de 2012

Vamos discutir a relação?

                            

 A sintonia anda estremecida e cada um está rumando para um caminho diferente. Hoje em dia, queremos discutir a relação quando percebemos que algo não vai bem. Priorizando outras companhias ou excluindo o parceiro em nome da individualidade.

Quando uma mulher sente a necessidade de parar para conversar sobre as suas insatisfações em relação ao parceiro é porque já está no seu limite de tolerância e precisa resolver ou, pelo menos, expor o que a está desagradando. Veja, é exatamente aí que entra o conflito, pois a necessidade dela pode não ser a dele. É possível que ele nem saiba o que tem para ser discutido.

A retórica masculina afirma que discutir a relação é coisa das mulheres; elas é que sempre estão a enxergar fatos que não existem e, por serem confusas emocionalmente, acabam estampando a realidade de uma forma exagerada ou egocêntrica. Talvez isso fosse verdade se pudéssemos comparar os homens às mulheres. Cabeça, sentimentos, expectativas, tudo difere, não há o que ser comparado.

Não, eu não estou querendo dizer que os homens são desligados, avoados ou que não percebem as coisas à sua volta. Apenas pensam de maneira diferente e, muitas vezes, nem pensam nesses distúrbios corriqueiros que ocorrem entre o casal. Levam a vida de maneira tão sutil e despreocupada que já nem lembram o que houve e que precisa ser esclarecido formalmente, com hora marcada, seriedade no rosto e a certa distância da parceira.

Mas uma coisa eles percebem rapidamente, quando convidados a discutir a relação, é porque o caso não está nada bem e pode piorar, principalmente se houver recusa em sentar e ouvir. Sim, ouvir, pois muito pouco eles dizem, e, geralmente, não concordam com as argumentações femininas sobre o seu comportamento. Relutam, combinam três ou quatro frases de apaziguamento e até prometem uma ou outra mudança para acabar logo com o clima formal e enfadonho.

Discutir a relação pode ser saudável desde que ambos sintam essa necessidade, caso contrário, essa ação frequente e insistente (por parte de um dos dois) pode acabar comprometendo o que, de repente, não está tão instável assim. Se existe vontade em permanecer com o outro é porque há sentimentos, há uma história significativa, senão, o maior interessado em esclarecer os fatos seria justamente aquele que está deixando a desejar. Discutiria logo a relação a colocaria um fim em tudo, não acha?

Maturidade, essa é a palavra principal para entender o que está acontecendo com o seu relacionamento. Podem-se construir novas formas de alinhar o que está desajustado, basta apenas um pouco de imparcialidade posto que uma relação contém dois personagens com pensamentos, anseios e personalidades exclusivos. Que não seja vista apenas a sua vontade e sim a de ambos e que seja uma ação restrita aos dois, sem envolvimento de filhos, amigos, parentes, etc. Cada um sabe de si e ninguém mais.

Acredito, sinceramente, que esse gosto por discurtir a relação seja mais acirrado nas mulheres pelo peso que dão aos seus relacionamentos. Querem um perfeccionismo que não será alcançado dado o fato de que não depende só delas a condução de uma vida a dois.

Talvez, se déssemos mais leveza e espontaneidade aos nossos relacionamentos, não se fizesse necessário nenhuma discussão. Cobrança não é bom para ninguém! Nem para um, nem para outro. Será que nós, mulheres, já paramos para pensar nisso?
                                                       sweetafrodite

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