sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Pedes perdão por me amar como amas…

...mas amas como sabes amar.
A sofreguidão com que me possuis é desmedida.
Odeias o ar que respiro pois o ar não és tu,
e sentes-te ínfimo comparado com o ar que respiro.
Tens uma possessão bravia por cada partícula minha.
Até as palavras te doem pois roubam espaço aos beijos.
E se a minha voz ecoa ficas louco de desejo…
dizes que tenho voz cálida, silvestremente ardente , sagaz e inquieta,
delicada, tão sensual que te faz vibrar e aumentar a fome que tens de mim!
E o desejo na minha voz enlouquece-te ainda mais.
Os teus pensamentos são outros tantos tormentos. …
Arrebatados agrestes impetuosos espraiados em marés vivas.
Não sabes porque existes, só perduras porque eu existo…
Mas a existência é um sopro etéreo e queres-me real.
Todo o tempo é demasiado curto para me amares,
O tempo não se sustém suficiente para realizares o amor que me tens.
As promessas são parcas ilusões com que enganas a minha ausência.
E a minha pele? Como pode algo substituir o toque da minha pele?
O meu odor embebeda-te os sentidos, ébrio é o teu estado permanente.
E tudo é tão fugaz, tudo parte e nada permanece,
E tu não sabes como me reter para me eternizares.
Os teus braços envolvem-me e não me separam de ti.
Procuras no meu olhar tranquilo a paz para uma guerra que não travas,
Queres encontrar dentro de mim a tua razão e o meu ser.
Mas tu sentes um vazio que te deprime e sufoca.
E queres levar-me contigo para os horizontes impossíveis,
na certeza que apaziguas a irascibilidade da paixão.
E eu meu amor tenho tudo pra te dar!

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