segunda-feira, 11 de março de 2013

Elementos fundamentais para a vida a dois




 Amor? Ora, claro. Mas até ele é colocado em dúvida se não houver certa harmonia na convivência diária. Isso vale tanto para quem assinou toda a papelada e colocou um anel no dedo quanto para os mais práticos que resolveram apenas compartilhar o código postal.
Território expandido
Não há paixão que resista ao aperto. Então, é melhor procurar uma casa que caiba o amor do casal. Não significa que só quem mora em mansão se dá bem. Mas, em tese, se começarem a tropeçar um no outro o tempo todo, vai dar alguma treta. Além de suportar o teto, paredes servem para separar adversidades e preservar a privacidade. Dividir uma quitinete evidencia demais os defeitos de cada um.
Cantinho sagrado
O lar é do casal igualmente e ninguém discute isso. Mas ambos precisam de um canto para chamar de seu. Este santuário pode ser um cômodo transformado em escritório, uma garagem com uma mesa de pebolim, uma varanda onde se improvisa uma hortinha. Não importa muito o tamanho deste refúgio. Um amigo meu que gosta de preparar pratos elaborados costuma se apossar da cozinha quando vai para o fogão. Ninguém entra enquanto está exercitando seus dons culinários.
Momento de abstração
Como casal, vocês compartilham as alegrias e as tristezas. Mas não em tempo integral. Todo mundo precisa ter um tempo dedicado a si mesmo. Você rala o dia todo, chega em casa, esborracha-se no sofá e começa a passar os canais da TV sem prestar muita atenção no que está passando. Tudo o que não quer é ouvir os problemas que o outro enfrentou no trabalho dele. Mais tarde, talvez. Mas não naquele momento em que está curtindo um egoismozinho saudável.
Posição de repouso
Encontrar a alma gêmea é mole. Difícil mesmo é achar alguém compatível na cama. E não me refiro a sexo, mas à hora do sono mesmo. Ele se mexe muito e ronca; ela chuta e dorme na diagonal. A disputa territorial no colchão é feroz. Imagine se um tem sono leve e o outro costuma falar enquanto sonha. Ou um calorento com uma friorenta, que não chegam a um acordo sobre as cobertas. É preciso pensar direitinho no tamanho ideal do ninho de amor. E não é pecado algum optar por camas separadas, dependendo das discrepâncias.
Assistência técnica
Essa é difícil. A gente cresce ouvindo que “em briga de marido e mulher, não se mete a colher”. Mas é bom ter alguém de fora com quem desabafar de vez em quando, aquela pessoa amiga que vai escutar as lamúrias da vida conjugal. Duro é saber em quem confiar. Porque a missão deste personagem é mais ouvir do que aconselhar. Não pode ser um enxerido. Muito menos, um fofoqueiro.
Gentilezas domésticas
Tem gente que chama de divisão das tarefas domésticas. Mas eu prefiro encarar mais como uma troca de gentilezas. Um cozinhou? O outro lava os pratos. Funciona melhor do que a simples obrigação de cumprir um dever. É quase uma satisfação de fazer um agrado ao outro. Um “deixa que eu lavo as roupas hoje” em um dia, um “passo no supermercado no caminho para casa” no outro dia. Se os dois tiverem esta balança na cabeça, cobranças serão desnecessárias.
Bagunça administrada
Tem gente com obsessão por arrumação e gente com um verdadeiro distúrbio que o leva a acumular tralhas. É preciso um pouco de bom senso de ambos para encontrar um meio-termo. Pessoalmente, não gosto que mexam na minha bagunça. Mas, ao mesmo tempo, há um limite de caos que consigo suportar. Administrar essa sensação de incômodo, quando duas pessoas tão diferentes dividem, o mesmo espaço é uma arte.
Férias matrimoniais
Calma, não é uma ideia tão polêmica quanto possa parecer. Trata-se apenas de uma oportunidade de aproveitar a casa só para si. De vez em quando, somos a melhor companhia para nós mesmos. Deixar de visitar a sogra em um domingão para curtir sozinho o futebolzinho na TV é uma dádiva para quem está sempre junto.
                                                                                                   Nova Cosmopolitan

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